Деколонизирующее право: язык и антропология в Лузосфере

Авторы

DOI:

https://doi.org/10.21638/spbu25.2024.104

Аннотация

В Лузосфере под видимой однородностью права, обусловленной влиянием португальского законодательства, скрываются лингвистические и антропологические аспекты, которые все еще не связаны с государственными институтами и формальным правом новых независимых стран. В статье дается обзор истории развития и распространения португальского права — от присутствия ius commune в Португалии до правовой истории колониальной эпохи и правовых систем бывших португальских колоний после обретения независимости, а основное внимание уделяется лингвистическим и антропологическим аспектам миллионов людей, которые только условно владеют португальским языком как родным и которые регулируют свою жизнь по спонтанно неписаным правилам. Проводя сравнение различных частей Лузосферы как мира, сформированного общими для всех его составляющих португальским языком и культурой, автор проводит исследование с трех различных точек зрения: юриспруденции, языка и антропологии. Португальский язык в настоящее время занимает шестое место в мире по числу его носителей и распространен на четырех континентах. По этой причине удивительно наблюдать скудное внимание, уделяемое в сравнительных исследованиях праву и языку португалоязычных регионов, за редким исключением ряда работ, в основном вышедших из-под пера авторов — носителей этого языка. Еще менее изученной является область сравнительного правоведения португалоязычных стран, кроме нескольких работ по португальскому и бразильскому праву. Внимание исследователей-компаративистов к Анголе, Мозамбику, Гвинее-Бисау, Кабо-Верде, Сан-Томе и Принсипи, Экваториальной Гвинее и Восточному Тимору является спорадическим, редким или вообще отсутствует. Эта ситуация, по-видимому, обусловлена своего рода самореферентностью португалоязычных правовых систем, главным образом ввиду их сильной академической зависимости от португальских университетов, общего для них научного и административного языка и низкого распространения изучения иностранных языков в ареалах их существования. По этим причинам деколонизация португалоязычного права желательна, и ее надо воспринимать не со страхом, а следует рассматривать как шанс для новых возможностей развития. 

Ключевые слова:

Лузофония, Лузосфера, язык, антропология, традиционное право, обычай, деколонизация, сравнительное правоведение

Скачивания

Данные скачивания пока недоступны.
 

Библиографические ссылки

AA. VV. 2005. Dicionário Temático da Lusofonia. Ed by F. Cristóvão. Lisboa, Texto Editores.

AA. VV. 2011. Direito costumeiro vigente na República da Guiné-Bissau. Ed. by F. Loureiro Bastos. Bissau, Papeis.

AA. VV. 2014. O Direito Privado Brasileiro na Visão de Clóvis do Couto e Silva. Ed. by V. M. Jacob de Frader. 2nd ed. Porto Alegre, Livraria do Advogado.

de Almeida Costa, Mário Julio. 1992. História do direito português. 2nd ed. Coimbra, Almedina.

de Almeida, Luís Ferrand. 1990. Alexandre de Gusmão, o Brasil e o Tratado de Madrid: 1735–1750. Lisboa, Instituto Nacional de Investigação Científica: 66.

Alves Dias, João José. 2012. Ordenações Manuelinas 500 anos depois: os dois primeiros sistemas (1512–1519). Lisboa, CEH-UL.

de Andrade, António Alberto Banha. 1978. A Reforma Pombalina dos Estudos Secundários no Brasil. Saraiva. São Paulo, Saraiva.

Ascensão, Oliveira. 2000. O costume como fonte do direito. Revista Trimestral de Direito Civil. Rio de Janeiro: 39–54.

de Asua Altuna, Raul. 2014. Cultura tradicional bantu. Luanda.

Augusto da Silva, Artur. 1969. Usos e costumes jurídicos dos Mandingas. Bissau, Centro de Estudos da Guiné Portuguesa.

Ayttey, George. 2006. Indigenous African Institutions. Ardsley. 2nd ed. New York.

Bagno, Marcos. 2012. Gramática pedagógica do português brasileiro. São Paulo, Parábola Editorial.

Bernardo, Ezequiel P. J. 2017. Norma e variação linguística: implicações no ensino da língua português em Angola. Revista Internacional em Língua Portuguesa 32: 39–54.

Bianca, Cesare Massimo. 1987. Diritto Civile. Vol. 3 “Il Contratto”. Milan, Giuffrè.

Burity da Silva, Carlos A. B. 2014. Teoria geral do direito civil. 2nd ed. Luanda, Edição da Faculdade de Direito da UAN.

Cardoso, Leonardo. 2003. Sistemas de herança entre os Papéis, Manjacos e Mancanhas. Soronda — Revista de Estudos Guineenses. No. 6. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa (INEP). Bissau: 6: 147–177.

de Castilho, Ataliba T. 2012. Nova gramática do português brasileiro. São Paulo, Contexto.

Cavanna, Adriano. 1982. Storia del diritto moderno in Europa — Le fonti e il pensiero giuridico. Vol. 1. Milan, Giuffrè.

Costa, Luís. 2005. Línguas de Timor. Dicionário Temático da Lusofonia. Lisboa, Texto Editores.

Couto e Silva, Clovis V. 1976. A obrigação como processo. São Paulo, Bushastky.

Dias, Hildizina N. 2002. Minidicionário de moçambicanismos. Maputo, Imprensa Universitária.

Endicott, Timothy. 2010. Law and Language. The Oxford Handbook of Jurisprudence and Philosophy of Law. Ed. by J. Coleman, S. Shapiro. Oxford, Oxford University Press: 935–968.

Espinosa Gomes da Silva, Nuno J. 1992. História do Direito Português. Fontes do direito. Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian.

Falcon, Francisco José Calazans. 1993. A época pombalina: (política econômica e monarquia ilustrada). 2nd ed. São Paulo, Ática.

Favero, Leonor L. 2006. A política linguística do Marquês de Pombal para o Brasil. Século das Luzes. Vol. 1. Ed. by W. Thielemann. Frankfurt am Main, TFM: 513–524.

Feijó, Carlos. 2012. A Coexistência Normativa entre o Estado e as Autoridades Tradicionais na Ordem Jurídica Plural Angolana. Coimbra, Almedina.

Felgueiras, João. 2001. As Raízes da Resistência. Camões — Revista de Letras e Culturas Lusófonas, n° 14. Lisboa, Instituto Camões: 42–49.

Ferreira de Almeida, Carlos, Morais Carvalho, Jorge. 2017. Introdução ao Direito Comparado. 3rd ed. Lisboa, Almedina.

Fiorelli, Piero. 1957. Storia giuridica e storia linguistica. Annali di Storia del Diritto 1: 261–291.

Fradera, Véra Jacob. 1999. Langue et Droit au MERCOSUR. XV Congrès International de Droit Comparé. Ed. by E. Jayme. Brussels, Bruylant: 123–140.

Gomes, Orlando. 2001. Introdução ao Direito Civil. 13th ed. Rio de Janeiro, Forense.

Hohn, Heinz. 1965. Ausländische Industriearbeiter und deutsches Recht. Betriebs-Berate 34: 9.

Jayme, Erik. 1978. O Risco da Diversidade Linguística e o Direito Internacional Privado. Boletim da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra 4: 1–23.

Jayme, Erik. 2000. Das Recht der lusophonen Länder — Tagungsreferate, Rechtsprechung, Gutachten. Baden-Baden, Nomos.

Jayme, Erik. 2011. Das ‘Sprachrisiko’ im deutschen und internationalen Privatrecht unter besonderer Berücksichtigung der Rechtsprobleme türkischer Arbeitnehmer in der Bundesrepublik Deutschland. Annales de la Faculté de Droit d’Istanbul 28, 44: 363–377.

Jerónimo, Patrícia. 2015. Os direitos tradicionais africanos. Lições de Direito Comparado. Braga, Elsa Uminho: 155–164.

Loureiro Bastos, Fernando. 2012. A recolha e a codificação do direito costumeiro vigente na República da Guiné-Bissau. Estudos em Homenagem ao Professor Doutor Jorge Miranda. Vol. I.

Direito Constitucional e Justiça Constitucional. Coimbra, Coimbra Editora: 697–722.

Machado, Jónatas E. M., Nogueira da Costa, Paulo, Hilário, Esteves C. 2013. Direito constitucional angolano. 2nd ed. Coimbra, Coimbra Editora.

Madeira, Vitor. 2011. Dicionário algarvio de termos e dizeres do Algarve. Available at: https://vitormadeira.wordpress.com/2011/09/30/dicionario-algarvio-de-termos-e-dizeres-do-algarve-jacom-o-nove-acorde-ortugrafique/ (accessed: 08.12.2023).

Malheiros, Macaísta, Reinert-Schoerer, Marliese. 1994. Die Entkolonialisierung und die Verbreitung des portugiesischen Rechtskultur. Deutsch-Lusitanische Rechtstage. Ed. by E. Jayme. Baden-Baden: 71–91.

Marques dos Santos, António. 2003. As relações entre Portugal, a Europa e o mundo lusófono e as suas repercussões no plano jurídico. Lusiada. Direito, II serie 1.

Marques Guedes, Armando. 2005. Entre factos e razões — Contextos e enquadramentos da antopologia jurídica. Coimbra, Almedina.

Massa, Jean-Michel. 2006. A Lusografia africana. Lusotopie XIII (2): 175–238.

Mattila, Heikki. 2013. Comparative Legal Linguistics — Language of law, latin and modern lingua francas. Farnham, Ashgate Publishing.

Menezes Cordeiro, António. 2004. Da modernização do direito civil: aspectos gerais. Braga, Almedina.

Menezes Cordeiro, António. 2012. Tratado de Direito Civil. Vol. I. Almedina. 4th ed. Lisboa.

Monteiro, António P. 1992. La codification en Europe: le Code Civil portugais. Boletim da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Coimbra.

de Moraes, Alexandre. 2013. Constituição do Brasil interpretada e legislação constitucional. 2nd ed. São Paulo, Atlas S. A.

Moura Vicente, Dario. 2010. Tendências da codificação do direito civil no século XXI: algumas reflexões.

Estudos comemorativos do vinte anos da faculdade de direito de Bissau. Vol. I. Ed. by F. Loureiro Bastos. Lisboa.

Moura Vicente, Dário. 2021. Direito comparado. Vol. I. Coimbra, Almedina.

Oliveira, Luiz Eduardo. 2010. A legislação pombalina sobre o ensino de línguas: suas implicações na educação brasileira (1757–1827). Maceió, Edufal.

Oliveira, Luiz Eduardo, Simões Borges Fonseca, Ana Lúcia. 2019. Obra completa pombalina: os escritos sobre instrução pública. Educar em Revista 35, 75: 219–239.

Pereira, D. 2009. O português e os crioulos: políticas de língua [sécs. XIX e XX]. Nação e identidades: Portugal, os portugueses e os outros. Eds H. Fernandes, H. Henriques, I. Castro Horta, J. da Silva e Matos, S. Campos. Lisboa, Centro de História da Universidade de Lisboa — Caleidoscópio.

Pontes da Miranda, Francisco Cavalcanti. 1972.Tratado de direito Privado. Rio de Janeiro, Borsoi.

Prata, Ana. 1978. Dicionario Juridico. 3rd ed. Coimbra, Almedina.

Rotondi, Mario. 1927. Il diritto come oggetto di conoscenza. Studi sulle scienze giuridiche e sociali della Facoltà di Giurisprudenza di Pavia. Pavia, Università di Pavia.

Rouland, Norbert. 1991. Anthropologie juridique. Revue Internationale de droit comparé 43, 2: 510–513.

Ruak, Taur Matan. 2001. A importância da língua portuguesa na resistência contra a ocupação indonésia. Camões — Revista de Letras e Culturas Lusófonas 14, Jul.–Set.: 40.

Sacco, Rodolfo. 1990. La circulation des modèles juridiques, rapport général. Académie international de droit comparé, Rapports généraux au XIII° Congrès. Montréal.

Sacco, Rodolfo. 1995. Mute Law. American journal of comparative law 43, 3: 455–467.

Sacco, Rodolfo. 1999. Langue et droit. Langue et Droit — Collection des Rapports du XV° Congrès International de Droit Comparé, Bristol 1998. Ed. by E. Jayme. Brussels, Bruylant.

Sacco, Rodolfo. 2007. Antropologia giuridica. Bologna, Il Mulino.

Sacco, Rodolfo, Rossi, Piercarlo. 2019. Introduzione al Diritto Comparato. Trattato di Diritto Comparato. UTET Giuridica — Wolters Kluwer Italia. 7th ed. Milan, Utet Giuridica.

Saraiva da Cunha Lobo, Abelardo. 1931. Curso de Direito Romano. Rio de Janeiro, Tipografia de Álvaro Pinto 1.

Saussure, Ferdinand. 2006. Curso de linguística geral. São Paulo, Cultrix.

Severo, Cristine G., Makoni, Sinfree. 2015. Políticas linguísticas Brasil-África: por uma perspectiva crítica. Coleção Linguística. Vol. 5. Florianopolis, Editoria Insular.

da Silva, Antonio D. 1830. Coleção de Legislação Portuguesa (1750–1820). Lisboa, Tipografia Maigrense.

Storto, Luciana. 2019. Linguas Indigenas — Tradicao. Universais e Diversidade. São Paulo, Mercado de Letras.

Taylor, John G. 1993. Timor — a história oculta. Lisboa, Bertrand Editora.

Teixeira, António Braz. 1991. Sobre os pressupostos filosóficos do código civil português de 1867. Problemas de la Ciencia Juridica. Estudios en homenaje al Profesor Francisco Puy Muñoz. Vol. 1. Santiago de Compostela, Universidade Santiago de Compostela: 57–68.

Thomas, Luís Filipe Ferreira Reis. 2002. Babel Loro Sa’e: O problema linguístico de Timor Leste. Lisboa, Instituto Camões.

Timbane, Alexandre António, Sozinho Quiraque, Zacarias Alberto. 2019. Língua ou línguas portuguesas? A variaçao linguística e ensino nos países lusófonos. Filosofia, Política, Educação, Direito e Sociedade 6. Ed. by S. A. de Souza Monteiro. Belo Horizonte, Atena Editora: 230–250.

Tiny K., Martins Santos R., Tiny N. 2006. Investimentos em São Tomé e Príncipe — Legislação Básica. Lisboa, Almedina.

Titze, Heinrich. 1910. Die Lehre vom Mißverständnis. Berlin, Walter de Gruyter.

Turi, J. G. 1988. Introduction au droit linguistique. Langue et Droit — Actes du Premier Congrès de l’Institut international de droit comparé, 27–29 avril 1988, Université du Québec. Eds P. Pupier, J. Woehrling. Montréal, Wilson & Lafleur Itée.

Vaz Serra, Adriano. 1946. A revisão geral do codigo civil: alguns factos e comentarios. Separata do Boletim da Faculdade de Direito 22: 451–513.

Velozo, Francisco J. 1967. Orientações Filosóficas do Código de 1867 e do futuro Código. Braga, Scientia Iuridica.

Viana da Costa, I. 2019. As práticas tradicionais timorenses em matéria de direito dos contratos: estudo de caso nos distritos de Díli e Bobonaro. Revista da Faculdade de Direito 2.

Загрузки

Опубликован

2024-05-26

Как цитировать

Гандини, Э. (2024). Деколонизирующее право: язык и антропология в Лузосфере. Правоведение, 68(1), 58–96. https://doi.org/10.21638/spbu25.2024.104